sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Hemodiálise

A hemodiálise é um método de tratamento disponibilizado a um paciente que perdeu, irremediavelmente, a função renal. Através deste método é possível fazer, artificialmente, o mesmo trabalho do rim: filtrar todas as substâncias indesejáveis acumuladas no sangue [1]. Pode considerar-se que a hemodiálise surgiu em 1930, quando Thomas Graham verificou que, ao separar dois líquidos com substâncias dissolvidas numa membrana de celulose, estabelecem-se trocas entre eles. Oitenta anos mais tarde deu-se a primeira aplicação deste método de tratamento num animal [2].


A diferença entre a hemodiálise e o trabalho efectuado por um rim normal é que na hemodiálise são realizadas três sessões de quatro horas, o equivalente a 12 horas semanais. Um rim normal trabalha na limpeza do organismo 24 horas por dia, sete dias por semana, perfazendo um total de 168 horas semanais. Portanto, o tratamento com rim artificial deixa o paciente 156 horas semanais sem filtração. Apesar de realizar somente 12 horas semanais de diálise, já está provado que uma pessoa pode viver bem, com boa qualidade de vida e trabalhar sem problemas.

No entanto, e como qualquer outro tratamento, a hemodiálise pode trazer complicações, como: hipertensão arterial, anemia severa, descalcificação, desnutrição, hepatite, aumento de peso por excesso de água ingerida e complicações das doenças que o paciente for portador. Por isso, os médicos controlam e tratam os problemas clínicos (edema, pressão alta, tosse, falta de ar, anemia) em cada sessão de hemodiálise e solicitam exames sanguíneos mensais [3].

Estima-se que, no Mundo, um em cada dez adultos sofre de doença renal, a maior parte não sabe, e parece que esta cifra vai continuar a aumentar. Em Portugal, no final de 2005, encontravam-se dependentes de tratamento de substituição renal cerca de 13500 doentes, dois terços em diálise, e um terço com transplante renal. No mesmo ano entraram em diálise cerca de 2000 doentes, uma grande parte deles sofrendo de hipertensão arterial, diabetes mellitus, cicatrizes de infecção e cálculos (pedras) renais. Não se sabe o porquê, mas estes números fazem do nosso país um dos piores da Europa, e isto dá que pensar. E dá que pensar porque isto significa que é preciso agir rapidamente, para prevenir o aparecimento da doença e evitar que ela progrida nos indivíduos já doente, e que muitas vezes o desconhecem [4].


Évora : “Alumínio” o caso que a cidade não esquece
quando o paciente nao morre da doença, mas sim da cura...

Na cidade de Évora aconteceu, em 1993, um dos casos mais graves de negligência médica - o caso da "hemodiálise de évora" - que, infelizmente, conduziu à morte de 25 doentes com insuficiência renal. O hospital de Évora foi o responsável por um envenenamento gradual dos pacientes, ao utilizar, no tratamento da hemodiálise, água com um excesso de alumínio - por um incorrecto seguimento dos protocolos.
No desfecho do caso, em 1997, o tribunal condenou um médico a três anos de prisão, por oito crimes de homicídio por negligência. O caso levou à demissão de Carlos Borrego, na altura ministro do Ambiente e Recursos Naturais, depois de ter proferido um comentário jocoso sobre o caso [5].

Fontes de informação:
[1], [3] - http://www.abcdasaude.com.br/artigo.php?224 [Consultado a 28 de Novembro de 2008] [em linha]
[2] - http://www.transdoreso.org/historia_hemodialise.shtml [Consultado a 28 de Novembro de 2008] [em linha]
[4] - http://www.spnefro.pt/dia_mundial_do_rim_2007/diamundialrim.htm [Consultado a 28 de Novembro de 2008] [em linha]
[5] - http://dianafm.com/index.php?Itemid=2&id=10556&option=com_content&task=view [
Consultado a 28 de Novembro de 2008] [em linha]



sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Esterilização de materias cirúrgicos

Comparação entre dois processos:

a) Manter o material cirúrgico em água em ebulição à pressão atmsoférica;

b) Utilizar um autoclave e realizar esse processo num vaso fechado com características semelhantea à de uma panela de pressão (auto-clave).

Que a esterilização é um processo essencial a qualquer cirúrgia já todos sabemos mas, afinal, o que é a esterilização? Ainda que no quotidiano se assuma que estirilização e desinfecção sejam a mesma coisa, é importante salientar que estes são dois processos diferente.

A esterilização é a eliminação ou destruição completa de todas as formas vivas microbiana através de meios físicos ou químicos: vapor sob pressão, calor seco, óxido de etileno e líquidos químicos. A desinfecção, por sua vez, é um processo que elimina muitos ou todos os patógenos, com exceção dos esporos bacterianos. Geralmente é alcançado pelo uso de líquidos químicos [1].

a) O ponto de ebulição [Figura I] é a temperatura à qual a aplicação de mais calor a um líquido não provoca qualquer aumento de temperatura, sendo este convertido em vapor. No ponto de ebulição, a pressão do vapor saturado de um líquido é igual à pressão atmosférica (760 toer) e, assim, o ponto de ebulição varia com a altitude e a pressão. Quanto mais baixa for a pressão, mais baixo é o ponto de ebulição e vice-versa. O ponto de ebulição da água em condições normais é de 100ºC [2]. Ora, existem determinados organismos que não morrem quando submetidos a tais condições, os extremófilos [3], pelo que a ebulição não pode ser considerada um verdadeiro método de esterilização, pois não elimina formas resistentes.

Figura I: Ponto de ebulição

Fonte: http://www.imagem.fot.br/imagens/ebuli%C3%A7%C3%A3o.jpg

b) Inventado em 1879 por Charles Chamberland, o auto-clave [Figura II] é, talvez, um dos mais importantes dispositivos no campo da medicina, devido à sua capacidade de aquecer soluções aquosas acima do seu ponto de ebulição [4], por conseguirem suportar pressões muito elevadas.

A esterilização num auto-clave é denominada de esterilização por calor húmido. A morte das células microbianas por acção do calor húmido resulta da desnaturação das proteínas e da destabilização da membrana citoplasmática, resultantes de uma exposição a temperaturas superiores à Temperatura Máxima de crescimento dos microrganismos em causa [5].

Os autoclaves não necessitam de termómetro para indicar a que temperatura se encontra o vapor de água no seu interior, visto que existe uma relação directa entra a pressão do vapor de água saturado e a temperatura desse mesmo vapor [6]. Para assegurar uma correcta esterilização, o processo deve ser realizado no vácuo, de modo a assegurar que a temperatura não seja inferior à desejada, a permitir a penetração do vapor nos poros dos corpos porosos e impedir a formação de uma camada inferior mais fria [7].

  • Desvantagens: Não serve para esterilizar pós e líquidos (hoje em dia já existe modelos de auto-claves que esterilizam cargas líquidas) [7].

Figura II: Auto-clave

Fonte: http://www.billcasselman.com/autoclave_small.jpg

Assim, para uma boa esterilização, é fundamental que os microorganismos sejam expostos a temperaturas muito elevadas, o que é conseguido num auto-clave: pelo facto de ser uma câmara fechada pressurizada capaz de suportar pressões superiores às suportadas pelas câmaras comuns, como por exemplo as panelas de pressão, que só conseguem aquecer a água até ao seu ponto de ebulição.

Conclusão:

P.: Qual destes processo é o mais eficaz na esterilização de materiais cirúrgicos?

R.: É a esterilização no auto-clave!!

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Fontes de informação

[1] - www.socivers.com.br/miguel/painel/9.doc

[2] - http://campus.fortunecity.com/yale/757/pontode1.htm

[3] - http://dequim.ist.utl.pt/bbio/69/pdf/extremofilos.pdf

[4] - http://www.wisegeek.com/what-is-an-autoclave.htm.

[5] - http://www.e-escola.pt/site/topico.asp?topico=365

[6] - http://artigos.tiosam.com/?q=Autoclave

[7] -http://artigos.tiosam.com/?q=Esteriliza%C3%A7%C3%A3o_(materiais)#Calor_.C3.9Amido

Coçar

Há já uns bons 20min que estava à espera do 604...

Já desesperava quando finalmente apareceu alguém na paragem...

Boa! já nao fico sozinha pelo menos - pensei eu

Claro que isto foi antes de olhar para o homenzinho que lá apareceu: baixo, de aspecto meio tosco, as bochechas ligeiramente vermelhas, a cara morena, suja, enrogada do sol. Proferia palavras soltas como se viesse a falar sozinho. Há medida que se foi aproximando consegui perceber que uma das coisas que o incomodava era uma valente comichão no braço. No meio de tanto insulto, tantos palavrões, lá estava ele, indignado, sem perceber o porquê da comichão no braço.

E foi aí que eu pensei: afinal, para que serve coçar?

Já toda a gente sabe que de vez em quando temos comichão, ou por bichinhos que andam na nossa pele, ou por movimentos sanguíneos...não interessa como, a verdade é que temos.

E então, o que é coçar? para que serve coçar? para que serve o acto de "esfregar com as unhas ou objecto áspero"? Quando sentimos nós comichão pela primeira vez?

...

SI Unidades

Todos os sistemas de pesos e medidas estão ligados através de uma rede de acordos internacionais relativos ao Sistema Internacional de Medidas, ou SI, assim designado de acordo com as iniciais do seu nome em Francês: Système International d’Unités [1].

No século XVIII, na sequência da abertura a novas ideias proporcionada pela Revolução Francesa, um comité especializado procurou, por iniciativa do Governo, harmonizar as unidades de peso e medidas na França [2]. Assim, quando esta adoptou, em 1791, o Sistema Métrico, aplicando definições baseadas em unidades universais da natureza, outros países seguiram-na imediatamente [3]. Portugal adapta igualmente este sistema na sua reforma, em 1814 e por D. João VI, mas mantém denominações nacionais (mão travessa, vara e milha para o comprimento, e canada, libra e mão cúbica para o volume), reagindo às que os revolucionários tinham escolhido.

A nomenclatura decimal só seria adaptada em 1852, já no reinado de D. Maria II. Finalmente, a 20 de Maio de 1875, é assinada em Paris, por 18 países, a Convenção do Metro, que cria o BIPM - Bureau International des Poids et Mesures, com objectivo de "estabelecer novos padrões métricos, conservar os protótipos internacionais e conduzir a comparações necessárias para assegurar a uniformidade das medidas de todo o mundo”. Portugal participou na Convenção do Metro, tendo sido representado por José da Silva Mendes Lea [4].

O Sistema Internacional de Unidades (SI) foi criado em 1960 pela 11ª Conferência Geral de Pesos e Medidas (CGPM) e adoptado em Portugal pelo Decreto-Lei n.° 427/83, de 7 de Dezembro tendo sido, posteriormente, revisto como o sistema legal de unidades de medida. Foi determinado igualmente o uso dos múltiplos e submúltiplos daquele sistema, bem como as regras para a escrita dos símbolos. Alterações posteriores, aprovadas pela CGPM em 1995, justificam agora esta Publicação [5].

O BIMP é, agora, o responsável por manter o Sistema Internacional, sendo que a sua actualização assegurada pela Conferência Geral de Pesos e Medida em períodos regulares de tempo. Tal como o BIMP declara no seu website “O SI não é estático, antes pelo contrário, ele evolui para acompanhar os crescentes requisitos do mundo relativamente a medidas” [6]


Unidades fundamentais do Sistema Internacional

Nome da grandeza

Símbolo da grandeza

Nome da unidade

Símbolo da unidade

Comprimento

l

metro

m

Massa

m

quilograma

Kg

Tempo

t

segundo

s

Intensidade da corrente eléctrica

I

ampere

A

Temperatura

T

kelvin

K

Quantidade da matéria

n

mole

mol

Intensidade luminosa

Iv

candela

cd


A partir destas grandezas definem.se outras, ditas derivadas:

Unidades derivadas do sistema internacional (S.I.)

Grandeza

Nome
da unidade

Símbolo
da unidade

Unidade
no S.I.

Área (A)

metro quadrado

m2

m2

Calor (Q)

joule

J

N.m = kg.m2.s-2

Capacidade térmica mássica (c)

joule por quilograma kelvin

J.kg-1.K-1

Diferença de potencial (U)

volt

V


Energia (E)

joule

J

N.m = kg.m2.s-2

Força (F)

newton

N

kg.m.s-2

Massa volúmica (r)

quilograma por metro cúbico

kg.m-3

kg.m-3

Potência (P)

watt

W

Pressão (P)

pascal

Pa

N.m-2 = kg.m-1.s-2

Quantidade de electricidade (q)

coulomb

C

A.s

Trabalho (W)

joule

J

Volume (V)

metro cúbico

m3

m3



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Fontes de Informação:

[1], [6] http://www.unc.edu/~rowlett/units/sipm.html [Consultado a 5 de Outubro de 2008] [em linha]

[2], [4] http://www.saochine.com/resto/saochine_metro.html [Consultado a 5 de Outubro de 2008] [em linha]

[3] http://www.fisica.ufs.br/CorpoDocente/egsantana/unidades/unidades/unidades.htm#Antecedentes.%20El%20Sistema%20M%C3%A9trico%20Decimal [Consultado a 5 de Outubro de 2008] [em linha]

[5] http://www.ipq.pt/museu/sistema/index.htm [Consultado a 4 de Outubro de 2008] [em linha]