A hemodiálise é um método de tratamento disponibilizado a um paciente que perdeu, irremediavelmente, a função renal. Através deste método é possível fazer, artificialmente, o mesmo trabalho do rim: filtrar todas as substâncias indesejáveis acumuladas no sangue [1]. Pode considerar-se que a hemodiálise surgiu em 1930, quando Thomas Graham verificou que, ao separar dois líquidos com substâncias dissolvidas numa membrana de celulose, estabelecem-se trocas entre eles. Oitenta anos mais tarde deu-se a primeira aplicação deste método de tratamento num animal [2].
A diferença entre a hemodiálise e o trabalho efectuado por um rim normal é que na hemodiálise são realizadas três sessões de quatro horas, o equivalente a 12 horas semanais. Um rim normal trabalha na limpeza do organismo 24 horas por dia, sete dias por semana, perfazendo um total de 168 horas semanais. Portanto, o tratamento com rim artificial deixa o paciente 156 horas semanais sem filtração. Apesar de realizar somente 12 horas semanais de diálise, já está provado que uma pessoa pode viver bem, com boa qualidade de vida e trabalhar sem problemas.
No entanto, e como qualquer outro tratamento, a hemodiálise pode trazer complicações, como: hipertensão arterial, anemia severa, descalcificação, desnutrição, hepatite, aumento de peso por excesso de água ingerida e complicações das doenças que o paciente for portador. Por isso, os médicos controlam e tratam os problemas clínicos (edema, pressão alta, tosse, falta de ar, anemia) em cada sessão de hemodiálise e solicitam exames sanguíneos mensais [3].
Estima-se que, no Mundo, um em cada dez adultos sofre de doença renal, a maior parte não sabe, e parece que esta cifra vai continuar a aumentar. Em Portugal, no final de 2005, encontravam-se dependentes de tratamento de substituição renal cerca de 13500 doentes, dois terços em diálise, e um terço com transplante renal. No mesmo ano entraram em diálise cerca de 2000 doentes, uma grande parte deles sofrendo de hipertensão arterial, diabetes mellitus, cicatrizes de infecção e cálculos (pedras) renais. Não se sabe o porquê, mas estes números fazem do nosso país um dos piores da Europa, e isto dá que pensar. E dá que pensar porque isto significa que é preciso agir rapidamente, para prevenir o aparecimento da doença e evitar que ela progrida nos indivíduos já doente, e que muitas vezes o desconhecem [4].
Évora : “Alumínio” o caso que a cidade não esquece
quando o paciente nao morre da doença, mas sim da cura...
Na cidade de Évora aconteceu, em 1993, um dos casos mais graves de negligência médica - o caso da "hemodiálise de évora" - que, infelizmente, conduziu à morte de 25 doentes com insuficiência renal. O hospital de Évora foi o responsável por um envenenamento gradual dos pacientes, ao utilizar, no tratamento da hemodiálise, água com um excesso de alumínio - por um incorrecto seguimento dos protocolos.
No desfecho do caso, em 1997, o tribunal condenou um médico a três anos de prisão, por oito crimes de homicídio por negligência. O caso levou à demissão de Carlos Borrego, na altura ministro do Ambiente e Recursos Naturais, depois de ter proferido um comentário jocoso sobre o caso [5].
Fontes de informação:
[1], [3] - http://www.abcdasaude.com.br/artigo.php?224 [Consultado a 28 de Novembro de 2008] [em linha]
[2] - http://www.transdoreso.org/historia_hemodialise.shtml [Consultado a 28 de Novembro de 2008] [em linha]
[4] - http://www.spnefro.pt/dia_mundial_do_rim_2007/diamundialrim.htm [Consultado a 28 de Novembro de 2008] [em linha]
[5] - http://dianafm.com/index.php?Itemid=2&id=10556&option=com_content&task=view [Consultado a 28 de Novembro de 2008] [em linha]
A diferença entre a hemodiálise e o trabalho efectuado por um rim normal é que na hemodiálise são realizadas três sessões de quatro horas, o equivalente a 12 horas semanais. Um rim normal trabalha na limpeza do organismo 24 horas por dia, sete dias por semana, perfazendo um total de 168 horas semanais. Portanto, o tratamento com rim artificial deixa o paciente 156 horas semanais sem filtração. Apesar de realizar somente 12 horas semanais de diálise, já está provado que uma pessoa pode viver bem, com boa qualidade de vida e trabalhar sem problemas.
No entanto, e como qualquer outro tratamento, a hemodiálise pode trazer complicações, como: hipertensão arterial, anemia severa, descalcificação, desnutrição, hepatite, aumento de peso por excesso de água ingerida e complicações das doenças que o paciente for portador. Por isso, os médicos controlam e tratam os problemas clínicos (edema, pressão alta, tosse, falta de ar, anemia) em cada sessão de hemodiálise e solicitam exames sanguíneos mensais [3].
Estima-se que, no Mundo, um em cada dez adultos sofre de doença renal, a maior parte não sabe, e parece que esta cifra vai continuar a aumentar. Em Portugal, no final de 2005, encontravam-se dependentes de tratamento de substituição renal cerca de 13500 doentes, dois terços em diálise, e um terço com transplante renal. No mesmo ano entraram em diálise cerca de 2000 doentes, uma grande parte deles sofrendo de hipertensão arterial, diabetes mellitus, cicatrizes de infecção e cálculos (pedras) renais. Não se sabe o porquê, mas estes números fazem do nosso país um dos piores da Europa, e isto dá que pensar. E dá que pensar porque isto significa que é preciso agir rapidamente, para prevenir o aparecimento da doença e evitar que ela progrida nos indivíduos já doente, e que muitas vezes o desconhecem [4].
Évora : “Alumínio” o caso que a cidade não esquece
quando o paciente nao morre da doença, mas sim da cura...
Na cidade de Évora aconteceu, em 1993, um dos casos mais graves de negligência médica - o caso da "hemodiálise de évora" - que, infelizmente, conduziu à morte de 25 doentes com insuficiência renal. O hospital de Évora foi o responsável por um envenenamento gradual dos pacientes, ao utilizar, no tratamento da hemodiálise, água com um excesso de alumínio - por um incorrecto seguimento dos protocolos.
No desfecho do caso, em 1997, o tribunal condenou um médico a três anos de prisão, por oito crimes de homicídio por negligência. O caso levou à demissão de Carlos Borrego, na altura ministro do Ambiente e Recursos Naturais, depois de ter proferido um comentário jocoso sobre o caso [5].
[1], [3] - http://www.abcdasaude.com.br/artigo.php?224 [Consultado a 28 de Novembro de 2008] [em linha]
[2] - http://www.transdoreso.org/historia_hemodialise.shtml [Consultado a 28 de Novembro de 2008] [em linha]
[4] - http://www.spnefro.pt/dia_mundial_do_rim_2007/diamundialrim.htm [Consultado a 28 de Novembro de 2008] [em linha]
[5] - http://dianafm.com/index.php?Itemid=2&id=10556&option=com_content&task=view [Consultado a 28 de Novembro de 2008] [em linha]
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